Este colóquio tem como proposta fundamental a socialização de conhecimentos a partir do debate sobre o livro “Do rural ao urbano” de Henri Lefebvre, de grande importância teórica e prática, não somente no que tange a área de arquitetura e urbanismo, mas também a outras correlatas, como geografia, ciências sociais, filosofia, história e educação. Articulando saberes de diferentes níveis de formação, e, em continuo processo de pesquisa, aprendizado e aplicação dos conteúdos relativos ao espaço de formação do habitat, dá continuação às atividades do GERAH vertente Lefebvre e demais colaboradores. Visa também ampliar e articular os conhecimentos por meio da interpretação, dos debates teóricos e da concretização de ideias sobre o tema.
A importância do autor, enquanto filósofo e sociólogo francês de grande destaque no século XX, dá-se pelas inúmeras publicações sobre questões urbanísticas, políticas e filosóficas, por sua capacidade de antever problemas urbanos e rurais, em consequência dos modelos urbanísticos modernistas que fizeram parte das políticas físico-espaciais de grande parte dos países desenvolvidos de então. Relacionando sua vida acadêmica à sua vida cotidiana, foi um ativista político de suas ideias: inicialmente filiado ao Partido Comunista Francês, é expulso deste por suas posições nem sempre de acordo com as do comitê central. Fez parte de vários movimentos, em uma época efervescente em todos os sentidos. Em específico sobre a obra guia do colóquio, “Do rural ao urbano”, sua importância também se dá por ser uma compilação de artigos publicados entre 1949 e 1969, período de 20 anos em que muitas outras publicações sobre o urbanismo, a produção do espaço e a vida cotidiana desenvolveram os temas debatidos nos artigos da obra analisada. Nela o autor tece reflexões, críticas e sugestões acerca de aspectos vinculados, também, à modernidade enquanto marco social, com trabalhos publicados em conferências, palestras, dentre outros, apresentando um importante centro teórico: as relações entre campo e cidade numa dialética constante, com tendência a ultrapassar os limites conceituais destes termos e os implicando no tecido urbano de modo geral.